No núcleo do Partido Progressista (PP) mossoroense, havia e talvez ainda haja uma questão que está dividindo o núcleo duro do partido. Iniciar ou não pré-campanha em virtude da situação atípica na cidade causada pela pandemia do novo coronavírus. Rosalba Ciarlini era a principal voz contrária a fazer qualquer tipo de movimentação / reunião ou distribuição de material impresso divulgando ações da atual gestão ou da pré-candidata.
Segundo a apuração do portal, no raciocínio da prefeita, em função da pandemia do novo coronavírus qualquer movimentação política, reunião ou divulgação mesmo que virtual não seria aceito pela população que preferiria ter a prefeita cuidando eminentemente de assuntos administrativos e relacionados inclusive à superação da pandemia e que a população não aceitaria que o gestor, mesmo fora da hora de expediente fizesse qualquer tipo de reunião ou movimentação mesmo que virtual anunciado pré-candidatura. Por outro lado, vários integrantes do partido com cadeira cativa nas reuniões mais decisivas apontavam o risco desse posicionamento uma vez que os oponentes já começaram a pré-campanha pra valer e com muita intensidade, inclusive com equipes realizando trabalho porta-a-porta , articulações e até a distribuição pra lá de controversa de material impresso na porta das pessoas mesmo em meio a um período de grande contágio de covid-19.
Com o fim do período permitido da comunicação institucional e vendo outros pré-candidatos agindo livremente não como uma pré-campanha, mas com o “bloco na rua” como uma campanha propriamente dita, espera-se que a ala que advogava pelo anúncio da pré-candidatura à reeleição e o início da pré-campanha aconteça nas hostes progressistas. No partido, uma única unanimidade entre as duas correntes de pensamento: até os que defendiam um início prévio da movimentação de pré-campanha, são totalmente contra a utilização de qualquer material impresso. E até no período futuro da campanha, pós-convenções vão aguardar posicionamento da justiça eleitoral sobre recomendação ou vedação desse tipo de mídia por se tratar de algo que possa levar contaminação do temido coronavírus.
Em função dessa dúvida de quando iniciaria os trabalhos, muitos eleitores e militantes fervorosos chegaram a se queixar da demora do início dos trabalhos de pré-campanha e tentaram convencer o núcleo duro do Rosalbismo a iniciar mesmo que gradativamente o esforço de pré-candidatura. Em vão, até hoje não houve sequer o lançamento dela como pré-candidata à reeleição e houve em dado momento a preocupação de que oponentes estariam numa zona de conforto, ganhando terreno sem este anúncio da etapa de pré-campanha. Além desses fatores, somou ainda para o retardo dos movimentos de pré-campanha o temor de uma precoce judicialização, já que aparentemente Rosalba estaria liderando e por estar no cargo de prefeita, qualquer ação política por mais singela que fosse, ensejaram questionamentos e ações por parte de adversários para tentar vender que a candidatura da progressista enfrentaria problemas de ordem jurídica adiante (até chegou a ser cogitado que apenas secretários compareceriam a inaugurações e entregas de obras dentro do período permitido, só para blindar ainda mais o nome de Rosalba).
O fato que é extraído de todo esse cenário de adiamento da entrada do debate eleitoral é que os pré-candidatos Alysson (este ostensivamente), Claudia e Isolda Dantas botaram o bloco na rua e trabalharam livremente a viabilização e o fortalecimento dos seus nomes. Não se sabe se surtiu efeito, mas agora aparentemente nos próximos dias e semanas é que mesmo tardiamente por respeitar a situação delicada que estava antes à pandemia, é que Rosalba entrará de fato na arena e que o jogo vai começar. Um gesto que talvez seja visto como de responsabilidade mais adiante, mas que até hoje foi um ambiente propício para a oposição que nadou tranquilamente no oceano de pré-campanha.