Nesta quarta-feira (9), a Terra vai completar uma volta em torno de seu próprio eixo um pouco mais rápido do que o habitual, tornando o dia o mais curto do ano até agora. O planeta levará 1,30 milissegundo a menos do que as tradicionais 24 horas — tempo imperceptível para os seres humanos, mas que desperta interesse da comunidade científica.
Em média, a Terra precisa de 86.400 segundos para girar completamente, o que equivale a 24 horas. No entanto, pequenas variações naturais fazem com que esse tempo oscile levemente, como acontece nesta quarta. Para efeito de comparação, um piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos — ou seja, mais de 200 vezes o tempo “encurtado” hoje.
Apesar de parecer inusitado, esse tipo de fenômeno não é novidade e também não oferece qualquer risco. Em 2025, outros dois dias estão previstos para serem ligeiramente mais curtos: 22 de julho (1,38 milissegundo a menos) e 5 de agosto (1,51 milissegundo a menos). A menor duração de um dia já registrada aconteceu em 29 de junho de 2022, quando o planeta completou a rotação 1,59 milissegundo mais rápido que o normal. Antes disso, o recorde era de 5 de julho de 2005, com 1,0516 milissegundo a menos. Desde 2020, a Terra já registrou os 28 dias mais curtos desde o início do uso de relógios atômicos, nos anos 1960.
Os cientistas explicam que essas variações na rotação da Terra ocorrem naturalmente ao longo do tempo e são causadas por diferentes fatores, como o movimento do núcleo fundido do planeta, as interações com os oceanos, pressões atmosféricas, fenômenos climáticos e mudanças nas massas polares. Segundo Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, a Terra está, no longo prazo, desacelerando sua rotação desde sua formação. “Naquela época, um dia durava cerca de cinco horas. Hoje, mesmo com essa desaceleração, há momentos de aceleração momentânea, que é o que estamos vendo agora”, explicou.