Os ataques ocorridos em cinco cidades do Rio Grande do Norte em junho deste ano foram ordenados por chefes de outros estados de uma facção criminosa. A informação foi confirmada pelo Ministério Público nesta quinta (05), após a deflagração da operação Mamulengo que visa combater a atuação de uma facção criminosa dentro e fora de unidades prisionais.
Entre os dias 2 e 7 de junho, 13 ataques a prédios públicos, ônibus e unidades policiais foram registrados em cinco municípios potiguares. Pelo menos um assassinato de policial aconteceu durante esse “salve”.
Três ataque ocorrem em Mossoró. No dia (03), um posto do Corpo de Bombeiros foi atacado, uma ambulância e uma viatura acabaram incendiadas. Já no dia (05), um carro de passeio e um caminhão frigorífico foram incendiados em Mossoró.
Operação Mamulengo
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quinta-feira (05) a operação Mamulengo para combater a atuação de uma facção criminosa dentro e fora de unidades prisionais. Ao todo, foram cumpridos 52 mandados de prisão e outros 9, de busca e apreensão. Além do RN, a ação foi realizada em São Paulo, Paraná e Mato Groso do Sul. Um advogado suspeito de ter sido “batizado” pela facção criminosa foi preso em Natal.
As investigações da operação Mamulengo tiveram início em fevereiro de 2017 com a instauração, em caráter sigiloso, de um procedimento investigatório criminal para apurar a atuação da facção paulista no Rio Grande do Norte, especialmente quanto à responsabilidade criminosa da rebelião registrada em janeiro do ano passado no Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Na rebelião, detentos que estavam no Pavilhão V (Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga), em sua maioria integrantes da facção paulista, invadiram o Pavilhão IV e atingiram violentamente os membros de uma facção rival, o que culminou com a morte de pelo menos 26 presos. As investigações ficaram a cargo do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Para o MPRN, os integrantes da facção criminosa “são nocivos para a sociedade, com práticas reiteradas de crimes, que precisam ser cessadas, a fim de restabelecer a ordem pública”. O MPRN ressalta que, mesmo presos, “integrantes dessa organização criminosa não deixam de articular crimes para serem executados pelos que estão nas ruas, lucrar com atividades ilícitas, determinar as regras dentro do sistema prisional e buscar ter o controle deste em detrimento do Estado”.









