A MP 841 visa fazer o remanejamento de verbas do esporte e da
cultura para segurança pública, algo em torno de 500 milhões por ano.
O governo explica que isto seria uma espécie de gordura que hoje dispõe os dois
segmentos e, portanto, serão subtraídos os valores. A verdade é que hoje a CBC (Confederação
Brasileira de Clubes) e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) fomentam em todo o país
a formação de atletas, competições nacionais como o conhecido JUVERNS (Jogos da
Juventude do RN), mas com progressão para o brasileiro, pan-americano e outras
competições de clubes, além do fomento para formação de atletas de base até o
nível olímpico, em que se necessita a vivência de experiências internacionais
para que tenhamos condições competitivas.
Vejamos que ao se falar de esporte não podemos esquecer a interdisciplinaridade
que é proporcionada e assim a formação direta de cidadãos através da atuação de
vários profissionais envolvidos dentro da formação esportiva. No Brasil tende-se a esquecer que o esporte é um dos mais eficazes meios de
combate a marginalidade de jovens adolescentes oriundos das regiões periféricas
de nosso colosso com dimensões continentais. A verdade é que em tempos de copa do mundo de futebol devemos torcer, mas,
sobretudo ficar atento aos manuseios do dinheiro público. Já não seria hora de
repensar o Ministério dos Esportes também? Esse formato já defasado que serve
muito mais para negociar cargos em troca de decisões politiqueiras em Brasília?
Poderíamos copiar exemplos como dos americanos e dos próprios suíços, recente
adversário do Brasil na Copa. Lá eles direcionam os investimentos em polos, não
somente por um ministério e estes polos apenas acompanham as esferas mais
próximas dos desportos, na maioria das vezes o poder público municipal, que
direciona o investimento na formação de atletas locais e competições de uma
forma muito mais clara e direta, fazendo com que as verbas não percam
percentuais em seu caminho até o destino que é o esporte.
A MP 841 vem perdendo forças, já são 95
ementas, mas mesmo assim há necessidade de se analisar, debater e finalmente
decidir mudar, para não prosseguir com essa ideia errada lançada pelo governo
federal, mas sim de rever que tipo de atitude podemos tomar para o benefício da
população através dos esportes na formação de atletas de base, dando a estes um
suporte adequado até que possam nos representar nos jogos olímpicos.
Fica aqui a indignação de um Profissional de Educação Física com 20 anos de
atuação direta na formação de atletas escolares e que viu o projeto Jovem
Promessa de Ginástica na cidade de Mossoró deixar de receber investimentos da
Caixa por tempo indeterminado e sem muita clareza do que está acontecendo.
O combate a violência não se dará somente com investimentos em viaturas, armas
e munições, estaremos sim fomentando uma guerra urbana.
Que o Brasil possa vencer no futebol, mas, sobretudo na qualidade de vida de
seus habitantes e que o esporte possa fazer sua parte sem desvios como estes
sugeridos na MP 841.









