Começa nesta segunda-feira (1º), em Natal, o julgamento do caso Zaira Cruz, universitária encontrada morta durante o Carnaval de Caicó em 2019. O réu é o sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo de Maria, acusado pelo Ministério Público de estupro e homicídio. Ele nega o crime. A previsão é de que os trabalhos se estendam até a próxima sexta-feira (5), com depoimentos de mais de 20 pessoas. O julgamento ocorre de forma restrita à família.
Zaira Cruz, natural de Currais Novos, tinha 21 anos quando foi encontrada morta no dia 2 de março de 2019, em Caicó. As investigações apontam que ela teria sido estuprada duas vezes e morta por estrangulamento. Segundo o MP, o autor do crime seria o sargento Pedro Inácio, ex-namorado da vítima.
A defesa do militar sustenta que Zaira não foi assassinada e que teria morrido por causas naturais. “Quando uma pessoa morre asfixiada ela deve apresentar sinais de asfixia e a Zaira não apresentava esses sinais. […] Os sinais de violência sexual não estão lá porque não aconteceu”, afirmou o advogado Jader Marques, que diz não haver provas que confirmem a tese do Ministério Público.
Já a defesa da família insiste que as perícias são claras. “Com certeza foi muito bem feita a perícia e minha filha foi sim estrangulada e assassinada. Só peço a Deus que ocorra tudo como é para ser, que a Justiça se faça. Ninguém aguenta mais essa dor”, declarou familiares.
Segundo Júri Popular
Esta é a segunda tentativa de julgamento do caso. A primeira sessão, realizada em junho deste ano, foi cancelada após os advogados de defesa deixarem o plenário. Eles alegaram cerceamento do direito de defesa depois que o juiz negou perguntas classificadas pelo Ministério Público como ofensivas à dignidade da vítima. Na ocasião, todas as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas.
Nesta nova etapa, estão previstos 23 depoimentos, incluindo o réu, testemunhas de defesa e testemunhas de acusação. O resultado do julgamento deve ser conhecido ao final da semana.
