Um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal divulgado neste sábado (22), apontou que a tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro apresentava sinais claros de avaria. Segundo o documento, o equipamento tinha marcas de queimadura em toda a circunferência no ponto de fechamento. Questionado, o ex-presidente afirmou ter usado um ferro de solda para tentar abrir o aparelho e disse que começou a mexer na tornozeleira no fim da tarde de sexta.
A pasta anexou ao relatório um vídeo no qual Bolsonaro admite ter aplicado o ferro quente no equipamento. O alarme da tornozeleira disparou às 0h07 e a equipe responsável pela segurança do ex-presidente foi acionada imediatamente. A escolta confirmou a violação e fez a troca às 1h09.
Nas imagens divulgadas, uma policial penal pergunta a Bolsonaro se ele usou algum instrumento para queimar o equipamento. Ele responde que utilizou um ferro de solda e nega ter tentado arrancar a pulseira. A servidora registrou que a pulseira estava intacta, mas a capa havia sido violada.
Após a violação da tornozeleira registrada às 0h08, o ministro Alexandre de Moraes recebeu a comunicação e acionou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que informou não se opor à prisão. Moraes então decretou a preventiva por risco de fuga, citando também estratégias anteriores de evasão atribuídas a aliados e familiares de Bolsonaro. O ministro determinou que a prisão fosse cumprida na manhã seguinte, sem algemas e sem exposição pública.
Por volta das 6h deste sábado, agentes da Polícia Federal foram ao condomínio onde Bolsonaro mora e cumpriram a ordem judicial. Ele foi levado para a Superintendência da PF em Brasília, onde permanece à disposição para a audiência de custódia.
