O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “fechado em sua totalidade” por companhias aéreas. A declaração foi feita na Truth Social, rede social do próprio Trump, e foi estendida também a traficantes de drogas e de pessoas. “O espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela está fechado em sua totalidade”, escreveu o presidente norte-americano, sem apresentar detalhes.
A afirmação surpreendeu autoridades dos Estados Unidos. Segundo a agência Reuters, membros do governo norte-americano disseram não ter conhecimento de operações militares ou decisões formais que justificassem o anúncio feito por Trump, nem de qualquer determinação oficial que imponha o fechamento do espaço aéreo venezuelano.
Venezuela reage e acusa Trump de “ameaça colonialista”
Horas após a postagem, o governo de Nicolás Maduro divulgou uma nota condenando a fala do presidente norte-americano. Em comunicado, Caracas classificou a declaração como “ilegal e injustificada”, afirmando que a posição de Trump representa uma “ameaça colonialista” à soberania venezuelana.
“Esse tipo de declaração se constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional”, afirmou o governo. A nota também acusa os Estados Unidos de manterem uma “política permanente de agressão” contra a Venezuela e de tentarem exercer controle sobre a América Latina e o Caribe.
Escalada de tensões
As declarações de Trump se somam a episódios recentes que elevaram as tensões entre Washington e Caracas. Nos últimos meses, os Estados Unidos posicionaram navios de guerra no Mar do Caribe, alegando combater o tráfico internacional de drogas. A ação resultou no abatimento de pequenas embarcações e mortes.
Duas semanas atrás, Trump chegou a citar a possibilidade de conversas com Nicolás Maduro, mas não deu detalhes sobre o assunto. Na última sexta-feira, porém, voltou a endurecer o discurso ao afirmar que poderá ordenar ações terrestres contra narcotraficantes na região.
Em resposta, Maduro pediu que a Força Aérea venezuelana permaneça em “alerta, pronta e disposta” a defender a soberania do país diante das declarações do governo dos Estados Unidos.
A situação reforça o clima de instabilidade entre os dois países e gera preocupação internacional sobre uma possível escalada no conflito diplomático e militar.







