Janot diz que foi armado ao STF para matar Gilmar Mendes

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse na noite de ontem (26), em entrevista a diversos veículos de comunicação, que chegou a ir armado com um revólver ao Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. Nesta sexta-feira (27), Mendes divulgou uma nota em que se diz surpreso e recomenda que o ex-PGR “procure ajuda psiquiátrica”. Os dois protagonizaram um longo embate enquanto Janot ocupou o cargo, entre 2013 e 2017, com trocas constantes de críticas públicas. O ex-PGR disse ter, porém, chegado a um limite em 2017 quando o ministro envolveu sua filha em uma das pendengas. O episódio é narrado por Janot no livro que lança esta semana, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-PGR, entretanto, resolveu agora revelar a quem se referia. “Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, escreve Janot no livro. Segundo o ex-PGR, ao encontrar o ministro sozinho na antessala do plenário do Supremo, antes de uma das sessões, chegou a sacar uma pistola, mas não puxou o gatilho somente porque “a mão invisível do bom senso tocou no meu ombro e disse: não”. O episódio ocorreu em 2017, depois de Janot ter pedido ao Supremo que considerasse Mendes suspeito para julgar um habeas corpus de Eike Batista. O argumento era que a esposa do ministro, Guiomar Mendes, trabalhava em um escritório de advocacia que prestava serviços ao empresário. Em seguida, circulou na imprensa a informação de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, defendia a empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato, em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ex-PGR atribuiu a divulgação da informação a Mendes e, por isso, cogitou matá-lo, segundo o relato. “Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer”, escreveu Gilmar Mendes em nota divulgada nesta sexta. O ministro lamentou que “por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas”. “Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da Corte Constitucional do País”, acrescentou o ministro. “Recomendo que procure ajuda psiquiátrica”, concluiu.
Auto da Liberdade estreia no palco da Estação das Artes

Ãndios que buscam reviver as suas origens, ressaltando a história dos povos nativos que aqui habitaram. Assim começa a apresentação do espetáculo Auto da Liberdade deste ano, uma ideia original da professora Isaura Amélia, com adaptação do texto de Crispiniano Neto, encenado em quatro atos que contam feitos do povo que aqui nasceu ou que aqui viveu. O espetáculo Auto da Liberdade 2019 teve sua estreia na noite desta quinta-feira, 26, marcado pelo retorno para um palco em grande estrutura na Estação das Artes Elizeu Ventania. Os quatro atos mostram em sequência: O Motim das Mulheres, A Libertação dos Escravos em Mossoró, O Primeiro Voto Feminino e a Resistência ao Bando de Lampião. Ao todo são mais de mil pessoas em cena, representando diversos seguimentos e contando com uma participação voluntária significativa da comunidade. “Eu achei maravilhoso, lindo como os jovens da nossa comunidade, as crianças, O Tiro de Guerra, a Maçonaria, os capoeiristas, os que estiveram atrás da cortina, como todos se doaram para que a gente tivesse este belíssimo espetáculo, que conta a nossa e que nos orgulha bastante”, afirmou a prefeita Rosalba Ciarlini. A apresentação segue até o próximo domingo, dia 29, sempre às 21h, aberto ao público.
Saúde atende diversas pessoas em situação de rua em Mossoró

O Consultório na Rua da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Mossoró atendeu, na noite desta quarta-feira (26), na calçada da Catedral de Santa Luzia, inúmeros indivíduos que estão em situação de rua em Mossoró, dando continuidade ao calendário de atendimentos humanizados. As assistências ofertadas gratuitamente pelo Consultório na Rua são diárias e a cada 15 dias há a realização de uma ação maior com a presença vários médicos, residentes de medicina, e diversos outros profissionais. Aparecida de Sousa, coordenadora do Consultório na Rua, explica como acontece as ações a cada 15 dias. “Nessa ação a gente traz médicos, testagem, vacinas (Sarampo, Tetano e Hepatite), kits de higiene pessoal, aconselhamento, psicólogo pra orientar e fazer roda de conversa. A gente procura proporcionar um dia bem diferenciado para eles no dia de hoje. Estamos também com estudantes de medicina da UERN e UFERSA. Com a psicologia da UNP, Assistente Social da UNP que está fazendo uma roda de conversa sobre DST, HIV e Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio.”, afirma Aparecida. Maria Magnólia, de 56 anos, está em situação de rua há 5 anos na cidade. Segundo ela, o Consultório na Rua representa um olhar especial às pessoas que são esquecidas. “Para mim está ótimo. Tirei sangue, fiz exames e estou agradecida por ter esses cuidados. Muita gente esquece que nós existimos, mas vocês estão aqui para nos ajudar na parte da saúde.”, destacou Magnólia. A professora de medicina da UERN e UFERSA, Andrea Taborda, parceira da Secretaria de Saúde, atendeu como clínica geral na ação do Consultório na Rua nesta quarta-feira e falou das ações que vem desenvolvendo em conjunto. “A gente vem desenvolvendo junto com a Residência de Medicina de Família e Comunidade da UERN, desde janeiro deste ano, atendimentos quinzenais. Em alguns momentos a gente faz ações maiores, interprofissionais e multiprofissionais. Hoje estamos com vários alunos da UFERSA da graduação de medicina, que a gente fez um projeto de extensão para que eles pudessem trabalhar baseados nas necessidades que a equipe do Consultório na Rua trouxe.”, pontuou a professora de medicina. “Essa ação para eles representa muito. A gente convive com eles de segunda a sexta-feira fazendo os atendimentos, mas uma ação dessa diferenciada é muito rica para eles. Estamos procurando, nós, enquanto Prefeitura, e os parceiros, valorizar as pessoas que estão em situação de rua. Procuramos fazer parcerias com diversas instituições e hoje temos uma parceira que doou os kits de higiene pessoal, uma ONG que vai distribuir a comida e outras pessoas doaram roupas.”, explica a coordenadora Aparecida.
Polícia Federal deflagra a 66ª fase da Operação Lava Jato

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (27) a Operação Alerta Mínimo, a 66ª Fase da Lava Jato, que tem como alvo das investigações “doleiros e funcionários de uma instituição financeira, que teriam atuado em benefício de empresas que contratavam com a Petrobras e necessitavam de dinheiro em espécie para o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”. De acordo com a PF, documentos obtidos durante a investigação, trazidos por colaboradores, indicaram que um determinado doleiro teria sido responsável por conseguir pelo menos R$ 110 milhões, em dinheiro, para permitir o pagamento de propinas. “A produção de dinheiro em espécie neste caso envolvia trocas de cheques obtidos junto ao comércio da grande São Paulo e abertura de contas sem documentação necessária ou com falsificação de assinaturas em nome de empresas do ramo imobiliário”, diz a nota. As investigações apuraram que a participação de “gerentes de agências bancárias consistia em dar suporte às operações de desconto de cheques e elaborar justificativas internas a fim de evitar fiscalizações e ações de compliance da instituição financeira”. Em troca disso, esses “funcionários dessas agências recebiam comissões dos operadores recebiam comissões dos operadores e conseguiam vender produtos da agência para atingir metas”. Os policiais federais cumprem desde as primeiras horas da manhã de hoje 7 mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo e 1 em Natal, no Rio Grande do Norte. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná. De acordo com a PF, nome da operação, Alerta Mínimo, faz referência ao fato de que “os alertas de operações atípicas do sistema interno do banco para comunicação ao Coaf passaram a ser encerrados, mediante a apresentação de justificativas pelos gerentes de agência, como se não houvesse indícios de lavagem de dinheiro”.