Bolsonaro participa de ato com motociclistas em Chapecó

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (26) de um passeio de moto com apoiadores pelas ruas de Chapecó (SC), município localizado no oeste do estado, a cerca de 650 quilômetros de Florianópolis. Os motociclistas passaram por diversos pontos da cidade, incluindo um centro comercial. Bolsonaro compareceu ao encontro após cumprir agenda na cidade, incluindo a inauguração de um centro de excelência em tecnologia 4G e visitas às obras da Arena Condá, ambos na sexta-feira (25). Em um dos pontos de concentração, ele foi recebido com gritos de “mito” e posou para fotos com os participantes. adSenseBoxX Ao discursar, já no encerramento do ato, Bolsonaro agradeceu os apoiadores. “Não tem preço uma recepção como essa, desde o dia de ontem”, disse. “É a volta do nosso patriotismo, a volta da esperança. A certeza de que o futuro pertence a todos nós”, concluiu. Essa é a segunda vez no ano em que o presidente cumpre agenda em Chapecó. Em abril, ele conheceu o Centro Avançado de Atendimento à Covid, hospital de campanha montado no Centro de Eventos com 75 leitos de enfermaria e 20 de unidade de tratamento semi-intensivo. Depois de mais de 200 atendimentos, a estrutura foi desativada.
Pandemia recua e RN tem melhor cenário desde o início da segunda onda, diz Governo

Com o avanço da vacinação na faixa etária abaixo dos 60 anos e medidas de proteção social, a pandemia da covid-19 dá sinais de recuo no Rio Grande do Norte. Pela segunda semana seguida, o Indicador Composto não registra nenhum município no Escore 5, o mais alto na escala de monitoramento da doença. O boletim mais recente, mostra que apenas 14,4% dos municípios estavam na faixa de alto ou risco extremo, enquanto quase 40% se situavam nos escores 1 e 2, de risco baixo ou moderado. É o melhor resultado desde o início da segunda onda da pandemia, em março, conforme dados epidemiológicos processados pelo Comitê de Especialistas coordenado pelo professor Kenio Lima, da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. adSenseBoxX “A vacina é o caminho mais seguro para avançarmos no combate à pandemia”, disse a governadora Fátima Bezerra. Até essa sexta-feira (25), o Rio Grande do Norte havia recebido do Governo Federal, 2,02 milhões de doses. O número de totalmente imunizados é de 404.618, o que corresponde a 37% do público-alvo e a 11,45% da população total do Estado. O indicador leva em conta variáveis como taxa de internação de pacientes diagnosticados com covid-19, incidência da doença na população economicamente ativa potencial, casos ativos, incidência de covid em idosos e capacidade de testagem. Um outro dado que indica recuo da pandemia é o número mensal de óbitos. Junho deverá ser o mês com menos mortes desde fevereiro de 2021. “Olhando os indicadores, estamos numa situação bem melhor hoje, mas é bom lembrar que algumas variantes precisam de um tempo maior para consolidar a mudança, definir tendência”, pondera o professor Kênio. adSenseBoxX Isso explica por que metade dos municípios da 8ª Regional de Saúde (Vale do Açu) permanece na faixa alta de risco, apesar das medidas restritivas decretadas pelos prefeitos no final de maio e início de junho. Na região, os casos ativos da doença, as internações de pacientes em leitos críticos e a baixa testagem indicam a necessidade de ações mais efetivas de combate ao coronavírus. “Essa doença é muita dinâmica, piora muito rápido. Não podemos baixar a guarda”, reforça o professor. Entre as regionais de saúde, a melhor situação é a de João Câmara (3ª Região), onde 73,1% dos municípios estão em risco baixo ou moderado. Em segundo lugar está a 1ª Região, de São José de Mipibu, com 48,1% dos municípios nas mesmas condições. A 5ª Região (Santa Cruz) vem em terceiro, com 38,1%. Na região metropolitana, que é a mais populosa, 20% estão na faixa de risco de baixo a moderado; 60% em risco médio, e 20% de alto risco. Na 8ª Região (Assu), 50% em risco médio e 50% em risco alto. “A pandemia não acabou. O que visualizamos no Rio Grande do Norte é uma redução nos pedidos e, consequentemente, ocupação de leitos covid. Nesta semana, houve melhora do indicador composto em 57 municípios. É um recuo importante, mas devemos manter e cumprir as ações que visam fortalecer as medidas restritivas de distanciamento social. Essas medidas são necessárias até que possamos atingir uma taxa de cobertura vacinal mais elevada para que tenhamos a população protegida”, defende a doutora em Ciências da Saúde, Maura Sobreira, secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap/RN).
Luis Ricardo Miranda diz ter sofrido pressões para compra da Covaxin

O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda afirmou ter sofrido pressão incomum de seus superiores no ministério, inclusive nos fins de semana, para finalizar os trâmites de compra da Covaxin, vacina da farmacêutica indiana Bharat Biotech. A compra das vacinas chegou a ser anunciada pelo governo federal em fevereiro, mas o negócio segue em aberto. Luis Ricardo prestou depoimento ontem (25) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. De acordo com o depoimento, o chefe imediato no departamento de importação mandava mensagens depois do expediente e nos fins de semana – prática incomum, de acordo com o servidor – alegando que estava em contato com representantes da empresa. Luis Ricardo se sentiu incomodado com a postura da chefia. Diante disso, decidiu comunicar seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Em resposta ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), o servidor do Ministério da Saúde afirmou que toda equipe do seu setor ficou desconfortável com a pressão incomum, inclusive diante da falta de documentos. À época, a empresa ainda não havia apresentado o Certificado de Boas Práticas, documento necessário para o procedimento de compra. adSenseBoxX Luis Ricardo já havia relatado o caso em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no final de março. O depoimento veio a público por meio de veículos de imprensa e a CPI decidiu ouvir o deputado e seu irmão hoje. Aos senadores, o deputado mostrou áudios do irmão, em conversas privadas dos dois, em março. No áudio, o servidor demonstrou sua suspeita ao irmão. Disse que o ministério negocia milhões de vacinas e insumos, e ninguém nunca havia ligado para ele; nem empresas, nem o secretário-executivo do ministério. Mas neste contrato havia muita gente “em cima, pressionando”. “Aí você já fica com um pé atrás”, disse Luis Ricardo ao irmão em áudio divulgado no depoimento. Notas fiscais Luis Ricardo afirmou que foram enviados três invoices – notas fiscais com as especificações da compra. A primeira foi rejeitada pelo servidor, que pediu a correção do número de doses, 300 mil, a retirada da obrigação do pagamento adiantado e a alteração do nome constante no documento. O invoice veio em nome de uma terceira empresa, a Madison, ausente no contrato. A nota não vinha em nome da Bharat Biotech, fabricante da vacina, nem da Precisa, representante da farmacêutica indiana no Brasil. As pressões exercidas pela chefia do servidor foram para a assinatura da primeira nota, mesmo com os erros, afirmou Luis Ricardo. Ao saber do ocorrido, o deputado federal decidiu contar o caso ao presidente Jair Bolsonaro, para pedir providências. Após a reunião de Luis Ricardo e do irmão com o presidente da República, as notas foram reenviadas, com correções progressivas. O segundo invoice veio com o número de doses corrigido, mas manteve o pagamento adiantado e o nome da empresa Madison, e incluiu um valor correspondente a frete e seguro, que excedia o valor unitário por dose previsto, de US$ 15. Luis Ricardo disse ter pedido nova correção. O documento com a correção foi enviado no mesmo dia, 23 de março, às 23h. O servidor do ministério afirmou que a fiscal do contrato autorizou a manutenção da Madison no invoice. A Precisa Medicamentos, segundo ele, informou que a Madison possui o mesmo quadro societário e é encarregada de todas as emissões da farmacêutica. A Precisa estaria providenciando uma declaração, afirmou ele. Mas, de acordo com o servidor, isso não é procedimento padrão. “Normalmente, na execução dos processos realizados na importação, é o fabricante ou o representante dele no Brasil”, disse Luis Ricardo. adSenseBoxX Validade Ele afirmou que houve ruído de informações a respeito da validade da vacina. Os dados a respeito da validade informados pela fabricante não correspondem àqueles obtidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) junto à autoridade sanitária indiana. “A empresa apresentou o certificado de análise onde continha a data de fabricação, salvo engano outubro e novembro, e foi apresentada à Anvisa uma validade de janeiro de 2023. A Anvisa questionou o porquê de um prazo tão longo, porque ela tem conhecimento da autoridade sanitária da Ãndia que essa vacina só possui seis meses de validade. Nesse caso, se fossem seis meses a validade, as vacinas venceriam em maio e junho”. O deputado Luiz Miranda também disse à CPI que o presidente Jair Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), quando foi informado por Miranda sobre as suspeitas de irregularidades envolvendo a Covaxin. Segundo Miranda, o presidente teria dito que Barros poderia estar envolvido em eventuais irregularidades no Ministério da Saúde. O deputado Ricardo Barros, em sua conta pessoal do Twitter, disse que não participou de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. “A investigação provará isso”, disse o deputado na postagem e reiterou que não tem relação com os fatos atribuidos a ele na sessão de hoje na CPI. Defesa das acusações O ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, já havia afirmado, antes mesmo do depoimento de hoje, que a Polícia Federal seria informada sobre o conteúdo das denúncias e que investigaria o caso. Segundo o ministro, “Não houve favorecimento a ninguém, e esta é uma prática desse governo, não favorecer ninguém. Segundo, não houve sobrepreço. Tem gente que não sabe fazer conta. Terceiro, não houve compra alguma. Não há um centavo de dinheiro público que tenha sido dispendido do caixa do Tesouro Nacional ou pelo Ministério da Saúde.” Na ocasião, Onyx Lorenzoni afirmou que um dos documentos apresentados por Luis Ricardo Miranda seria falso. Em nota, a Bharat Biotech assumiu a propriedade da Madison e afirmou que “refuta fortemente e nega qualquer tipo de alegação ou implicação de conduta ilegal a respeito do suprimento da Covaxin.” A Precisa Medicamentos, representante da Bharat Biotech no Brasil, destacou que “A dose da vacina Covaxin vendida para o governo brasileiro tem o mesmo preço praticado em outros 13 países que também já adotaram a Covaxin. O valor é estabelecido pelo fabricante, no caso a Bharat Biotech.”