Num combate épico, em Saitama no Japão, Jéssica Bate-Estaca desbancou a poderosa Cláudia Gadelha que até ontem era a maior força do Brasil até 52 quilos. Foi disparada a melhor luta do evento americano promovido em terra japonesa.
Por dois minutos e meio parecia que a noite seria de Gadelha. Ela entrou no octógono apontada como favorita nas casas de apostas e com a moral de ser a número 1 do ranking, atrás apenas da campeã Joanna Jedrzejczyk. Estava com 15 vitórias no cartel e apenas duas derrotas.
Depois de um bom começo com muitos socos e cotoveladas nos contragolpes, Gadelha chegou a abrir dois cortes na testa de Jéssica que pareciam torneias de sangue. Como eram na parte de cima da cabeça, o sangue escorria pela testa sem prejudicar a visão e o combate seguiu por 15 minutos ao todo.
A reviravolta de Jéssica se deu ainda nos minutos finais do primeiro round quando fez jus ao apelido de Bate-Estaca ao arremessar Gadelha no octógono como se fosse um saco de batatas. A partir dali, ficou por cima da rival e a castigou com uma sessão de socos, o chamado ground and pound.
No segundo e no terceiro rounds, a intensidade da surra aumentou, e no fim, um dos três jurados pontuou 30 a 25 para Jéssica, ou seja, ela venceu dois rounds por dois pontos de diferença, o que no MMA significa um massacre.
Nem a campeã Joanna Jedrzejczyk ao derrotar Gadelha duas vezes por pontos chegou perto de um atropelo desses.
Joanna também derrotou Jéssica e promete que subirá de peso depois de defender mais uma vez o cinturão no mês que vem, o que abriria o caminho para a brasileira.
A terceira derrota de Gadelha foi a mais dura da carreira. Para Jéssica, foi a maior das 17 vitórias dela. Agora é esperar para colher os frutos de uma atuação épica. Está a um passo da disputa de título e deve subir do quarto lugar no ranking para o primeiro.