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Que rumo vai tomar nosso Basquete?!


Que rumo vai tomar nosso Basquete?!

Falar sobre o Basquete pra mim sempre é difícil porque por muitas vezes sendo parte integrante daqueles que fomentam e praticam este esporte, acabo me deparando com limitações não somente coletivas, mas também individuais. Praticante da modalidade desde os 12 anos, participei de todas as instâncias do meio deste esporte, mesmo que por pouco tempo, e hoje muitas questões me deixa incrédulo que estejamos vivendo esse momento. Participei da estruturação da ENTB, Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol, em 2011, no clube Pinheiros na cidade de São Paulo. Neste momento inicial da ENTB estiveram presentes representantes de basicamente todos os estados do Brasil e profissionais de grande renome a frente dos cursos, dentre eles, Rubem Magnano, Paulo Bassul, Ricardo Bojanick (Escola Nacional de Treinadores da Argentina), dentre outros. Neste curso tive a oportunidade de dividir quarto de hotel com o saudoso Pipoka, ex-pivô da seleção brasileira e da NBA, agora treinador. Naquele momento, tive a felicidade de vivenciar momentos com referências do Basquete Nacional como Guerrinha, Sandro Varejão, Barbosa, Alberto Bial e na minha humilde Concepção, tive também um momento único com os principais treinadores do Norte/Nordeste, alguns destes amigos que o Basquete me concedeu. Naquela outrora eu pensava que íamos engrenar numa evolução cheia de precedentes, ali eu vislumbrava uma unificação de treinamento, massificação de competições periódicas por meio da CBB e federações filiadas além do incentivo da NBB que ainda estava ganhando aceitação no cenário nacional. Não, o que vislumbrei não aconteceu. Os exemplos e constatações de sucesso apresentadas ali pareciam não convencer os então "donos" do Basquete nacional. “Já fomos campeões mundiais sem isso”. A criação de um sistema único que poderia direcionar atletas de base das mais distantes localidades do Brasil a uma seleção principal parecia realmente uma utopia. Os argentinos a frente da seleção brasileira masculina pareciam sempre querer algo que o Brasil não estava pronto pra oferecer. Houve muitos cursos técnicos, participei de vários, sempre muito válidos, eles eram necessários a um nicho do mercado até então carente de atenção, eles equilibraram a balança do conhecimento e fizeram engrenar novos técnicos aos olhos do basquete nacional. Mas o que aconteceu? Nos últimos 2 anos não temos mais algumas competições de base entre seleções, os campeonatos brasileiros de base. Estas competições mostram em que momento o Basquete daquela localidade está. Não se trata apenas de vencer. Trata-se de mostrar o que está sendo trabalhado, em que nível técnico e tático se apresenta nossos atletas de base. Ouvi do próprio Rubem Magnano que o Brasil possuía grande potencial, mas necessitava de atenção e uma estrutura logística pra poder engrenar. Dai vem a pergunta, o que tudo isso tem relacionado ao Basquete Mossoroense? O que nossos atletas e equipes de base e adultas sofrem com estas ações inacabadas da CBB, FNB e ENTB? Sei que não vou conseguir explicitar tudo em um único momento, mas vamos lá! Qual nosso órgão representante do Basquete local? - não temos. Qual nossa representação nas competições oficiais da FNB? - não temos. Quantos árbitros Mossoroenses estão presentes em competições oficiais da CBB? - não temos representação na arbitragem em competições oficiais. Temos atletas na cidade de Mossoró, boa parte representando equipes de outra localidade, temos equipes locais que poderiam fazer parte de competições oficiais, se estas possuíssem calendários e nos dessem a condição de participar de maneira justa. Temos condição técnica e logística de estruturar o Basquete local pra voltarmos a ser referência. Mas porque não fazer isso? Gostaria de lembrar o grande amigo, meu pai no Basquete e que possui todo meu respeito, Gilson Henrique. Esse dizia que os interesses pessoais não nos deixava crescer. Outro grande amigo saudoso, Clistenis Junny, dizia que é frescura, precisamos de homens pra poder o basquete crescer!  Estes dois são referências no Basquete local pelo que foram e fizeram, muito embora muitos não saibam sequer quem eles são. Quero terminar por hoje depois de citar Gilson e Clístenis pra iniciar na próxima coluna a falar mais especificamente do Basquete do RN e de Mossoró. Creio que em alguns momentos fui redundante, mas falar do Basquete se torna um pouco repetitivo porque a história parece se repetir sempre e nós praticantes estamos habituados a esta situação. Na próxima coluna falo sobre aspectos técnicos, estruturais e logísticos do nosso Basquete. Vamos aproveitar e tirar a basqueteira do quarto, a camisa do guarda roupas e jogar para que possamos mudar um pouco da conjuntura e dar início a mudança que tanto buscamos no nosso amado basquete.

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