Anon é um filme original da Netflix. Uma distopia futurista com pegada de ficção científica, comparada com Altered Carbon e Black Mirror. Particularmente senti referências a Minority Report, isso porque no futuro é desenvolvida uma tecnologia usada na íris do olho, onde todos os seus atos são gravados, e não há como esconder seus atos da justiça. Clive Owen (SinCity, Rei Arthur, Closer) interpreta um detetive que investiga casos sentados no conforto do seu escritório acessando apenas os dados e memórias de suas vítimas, acaba descobrindo uma falha no sistema de privacidade gerada por um hacker e que ameaça a construção daquela sociedade.

Apesar da trama policial, ele remete ao noir, mesmo estilo de Blade Runner, que possui naturalmente um ritmo investigativo mais lento. O longa tem uma ideia muito interessante sobre como seria viver em uma sociedade futurista, visual e fotografia bonitos e limpos. Gostei muito da primeira cena onde o policial vê as propagandas e as informações das pessoas na rua através dos dados acessados por seus olhos. Entretanto, os elogios acabam por aqui.
A Netflix, mais uma vez investiu em uma produção com um bom esboço, porém mal executada. Assim como em Aniquilação, contratou ótimos atores, no entanto possui muitos problemas na realização prática da obra.

Anon possui um roteiro fraco, massante e com péssimos diálogos. A direção nas atuações tem intenção de mostrar pouca expressividade diante do contexto daquela sociedade, que sabe o quão é vigiada, contudo erra muito com todos os atores, que parecem apenas ler o texto.
Não acredito, que este se torne um hype da Netflix e indico apenas para quem gosta muito de ficção científica e os que querem referência de fotografia.