Argentina conquista o tricampeonato mundial e consagra Lionel Messi

A Argentina conquistou neste domingo seu terceiro título mundial ao vencer a França na decisão. O Brasil segue isolado como o maior campeão da Copa do Mundo, com cinco conquistas. Os argentinos deixam para trás Uruguai e França, com duas taças, e ficam somente uma atrás de Alemanha e Itália. Espanha e Inglaterra venceram uma vez. Assim como em 1986, o título argentino tem um protagonista destacado. Se lá atrás, o cara foi Diego Armando Maradona, desta vez, teria de ser Lionel Messi. Quis o destino que o craque, de 35 anos, na última Copa da carreira, pudesse, enfim, levantar a taça mais cobiçada do planeta. Mais que isso, sendo o maestro de uma equipe que jogou, é claro, pelo país, mas também pelo camisa 10. Além de campeão, Messi encerrou a competição como vice-artilheiro (com sete gols) e jogador com mais partidas na história dos Mundiais (26, à frente do alemão Lothar Matthäus). O título coroa uma campanha que, na primeira rodada, parecia improvável. Apesar de favorita, a Argentina estreou derrotada pela Arábia Saudita, por 2 a 1, de virada. O tropeço deu fim a uma sequência de 36 jogos de invencibilidade. A recuperação teve início com a vitória por 2 a 0 sobre o México. O triunfo para cima da Polônia, pelo mesmo placar, deu aos hermanos a liderança do Grupo C. Nas oitavas e nas quartas de final, classificações sofridas ante Austrália (2 a 1) e Holanda (nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal). Na semifinal, a grande atuação da equipe, no 3 a 0 aplicado na Croácia. Os franceses, então atuais campeões, sentiram o gosto amargo do vice pela segunda vez – a primeira foi em 2006. Perderam a chance de repetir o Brasil de Pelé e Garrincha, última seleção a vencer duas Copas seguidas, entre 1958 e 1962. A juventude do elenco dos Bleus, cheio de nomes abaixo dos 30 anos (21 dos 25 convocados), entre eles o craque Kylian Mbappé, mostra, porém, que os europeus permanecerão fortes rumo ao próximo Mundial, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México). O camisa 10, aliás, marcou três gols na final e acabou a competição no Catar como artilheiro, com oito gols, chegando a 12 na história do torneio, mas acabou não sendo suficiente. Veja a lista de campeões mundiais ano a ano: 1930: Uruguai 1934: Itália 1938: Itália 1950: Uruguai 1954: Alemanha 1958: Brasil 1962: Brasil 1966: Inglaterra 1970: Brasil 1974: Alemanha 1978: Argentina 1982: Itália 1986: Argentina 1990: Alemanha 1994: Brasil 1998: França 2002: Brasil 2006: Itália 2010: Espanha 2014: Alemanha 2018: França 2022: Argentina Veja os campeões da Copa do Mundo: Brasil: 5 (1958, 1963, 1970, 1994 e 2022) Alemanha: 4 (1954, 1974, 1990 e 2014) Itália: 4 (1934, 1938, 1982 e 2006) Argentina: 3 (1978, 1986 e 2012) França: 2 (1998 e 2018) Uruguai: 2 (1930 e 1950) Argentina: 2 (1978 e 1986) Espanha: 1 (2010) Inglaterra: 1 (1966)
França e Argentina disputam final da Copa do Mundo neste domingo

França e Argentina disputam, a partir das 12h (horário de Brasília) deste domingo (18) no Estádio de Lusail, o título da Copa do Catar. Tanto para europeus como para sul-americanos a decisão será a oportunidade de alcançarem o terceiro título na competição. Após a conquista do último Mundial, em 2018 (Rússia), os franceses chegam com certo favoritismo à partida deste domingo. Contando com uma talentosa geração de jogadores, que tem o atacante Kylian Mbappé como expoente, a França pode igualar um feito que apenas o Brasil tem em Copas, alcançar um bicampeonato consecutivo (a seleção brasileira triunfou nos mundiais de 1958 e de 1962). Para isto, a equipe comandada pelo técnico Didier Deschamps teve que superar uma sequência de lesões que afastou nomes como os dos meios-campistas N'Golo Kanté e Paul Pogba e do atacante Karim Benzema, atual detentor do prêmio de melhor jogador do mundo. Essas ausências fizeram com que alguns jogadores assumissem novas responsabilidades na equipe (caso do atacante Antoine Griezmann, que tem atuado de forma mais recuada para colaborar no meio-campo) e que outros se tornassem titulares importantes (como o volante Tchouaméni e o lateral Theo Hernández). Para a decisão, o técnico Didier Deschamps deixou claro, em coletiva no último sábado (17), que sabe que terá de lidar com um desafio extra, o apoio dos apaixonados torcedores argentinos presentes no Estádio de Lusail (milhares de torcedores chegaram ao Catar nos últimos dias para acompanharem a decisão): “Estou ciente de que esta seleção argentina tem um apoio popular muito forte. Obviamente, o estádio amanhã será majoritariamente de torcedores argentinos. Espero um clima festivo, os argentinos são um povo apaixonado, totalmente a favor de sua equipe. Dá uma atmosfera festiva, positiva, eles cantam muito, são muito expressivos. É bom ter esse clima para uma partida dessas porque é uma final de Copa do Mundo, mas nossos adversários não estão nas arquibancadas, os únicos que temos estarão em campo”. Caso saia vencedora, a França chegará ao tricampeonato em mundiais de seleções da Fifa, após as conquistas de 1998, alcançada em sua casa, e de 2018, na Rússia. A Argentina também chega à decisão tentando levantar pela terceira vez o troféu de uma Copa do Mundo (após vencer em 1978, em sua casa, e em 1986, no México). Porém, ao invés de concentrar suas esperanças em uma jovem estrela, como a França, os hermanos esperam muito do veterano craque Lionel Messi. Disputando o seu último Mundial pela seleção de seu país, o atacante busca no Catar o título que ainda falta em sua vitoriosa carreira. Proporcionar esta última glória a Messi parece ser um combustível extra para os jogadores da Argentina. “Vejo o Leo [Messi] feliz, como todos os argentinos. Era difícil superar o Messi da Copa América [primeira competição que o camisa 10 conquistou pela seleção principal de seu país], mas agora o vejo ainda melhor”, declarou o goleiro Emiliano Martínez em entrevista coletiva. Porém, o técnico Lionel Scaloni deixou claro que o confronto deste domingo não se restringe a um embate entre Mbappé e Lionel Messi, mas envolve duas equipes que têm muita história no futebol mundial: “O jogo de amanhã é Argentina contra França, além de Messi e Mbappé”. O treinador afirma isso porque, no decorrer da campanha da Argentina no Catar, viu surgir uma geração de jovens valores (como o atacante Julián Ãlvarez e o meio-campista Enzo Fernandez) que podem estar assumindo o protagonismo da equipe nacional argentina justamente com uma conquista memorável.