Governo sabia da paralisação dos médicos em Mossoró e só buscou solução no último dia, admite secretário

O secretário de Saúde do Rio Grande do Norte admitiu que já tinha conhecimento de que o contrato com a empresa responsável pelo serviço de obstetrícia em Mossoró seria encerrado. Mesmo informado com antecedência, ele afirmou que só tomou providências no último dia do prazo dado pela prestadora. Segundo o próprio gestor, acreditava que a empresa continuaria o serviço, mesmo após comunicar oficialmente que não tinha interesse em renovar. A falta de antecipação gerou instabilidade no atendimento à população, principalmente no Hospital da Mulher e na Maternidade Almeida Castro (Apamim), que dependiam dos profissionais contratados por meio do acordo com o Estado. Com o fim do contrato e sem garantia de pagamento, médicos deixaram de comparecer aos plantões, aumentando o risco de desassistência para gestantes de Mossoró e de dezenas de municípios da região. A situação expõe falhas na gestão da saúde pública do governo Fátima Bezerra no Oeste potiguar. Os hospitais afetados são referência para mais de 60 cidades, e a ausência de planejamento colocou em risco o atendimento obstétrico em uma das regiões mais dependentes da rede estadual. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Mossoró Notícias (@portalmossoronoticias)
Com falta de médicos do Estado, maternidade de Mossoró vive caos, diz obstetra: “Podemos ter mortes”

A Maternidade Almeida Castro (Apamim) e o Hospital da Mulher, em Mossoró, enfrentam risco de colapso no atendimento obstétrico neste fim de semana. Os médicos contratados pelo Governo do Estado deixaram de comparecer às unidades após o Estado não cumprir o acordo firmado com o Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia de Mossoró (NGO). Com isso, apenas dois obstetras mantidos pela Prefeitura seguem atendendo, mas exclusivamente as gestantes do município. A assistência às pacientes de outras cidades está comprometida. Em entrevista ao Blog do Ismael Sousa, o obstetra Dr. Manoel Nobre fez um alerta grave sobre a situação. “O cenário é de caos. Podemos ter mortes de crianças e mães devido à alta demanda e à falta de profissionais”, afirmou. Segundo ele, cerca de 70% das gestantes atendidas na Apamim são de municípios vizinhos, e a unidade chega a realizar até 30 partos por dia. Sem a equipe do Estado, a sobrecarga se tornou insustentável. A crise começou após a Secretaria de Saúde do Estado (Sesap) não romper o contrato com a empresa Justiz, de Natal, que havia assumido os plantões no Hospital da Mulher, mas não mantém corpo clínico fixo em Mossoró. A Sesap havia prometido firmar novo contrato com o NGO até novembro, mas voltou atrás e informou que, se os médicos quisessem continuar, seria sem contrato formal e sem garantia de pagamento. Diante disso, o NGO suspendeu os plantões.
Falta de pagamento do Governo do RN provoca paralisação de obstetras em Mossoró

Os médicos obstetras que atuam na APAMIM e no Hospital da Mulher, em Mossoró, suspenderam os atendimentos neste sábado (1º). A paralisação é um protesto contra a falta de pagamento por parte do Governo do Rio Grande do Norte. De acordo com os profissionais, os serviços só serão retomados após a regularização dos repasses estaduais. A suspensão afeta o atendimento de gestantes de municípios da região Oeste, Vale do Açu e parte do Ceará, que têm Mossoró como referência em assistência materno-infantil. Os atendimentos permanecem garantidos apenas para gestantes de Mossoró. Isso porque a APAMIM conta com médicos contratados pela Prefeitura, que seguem em atividade. A interrupção do serviço preocupa pacientes e unidades de saúde de cidades vizinhas, que dependem do encaminhamento para Mossoró em casos de urgência obstétrica. Até agora, o Governo do Estado não se pronunciou sobre o atraso nos pagamentos nem informou prazo para quitação.