O governo do Rio de Janeiro divulgou, na noite de domingo (2), o perfil de 115 dos 117 suspeitos mortos durante a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha no dia 28 de outubro. Segundo os dados apresentados, 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho. Apenas dois casos permanecem com perícia inconclusiva. A análise mostra ainda que 59 dos mortos tinham mandados de prisão em aberto e 97 possuíam histórico criminal relevante. Entre os 17 que não tinham antecedentes, 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico de drogas por meio de publicações nas redes sociais.
Outro ponto destacado é que 62 dos suspeitos mortos eram de outros estados. O levantamento aponta a presença de indivíduos vindos principalmente do Pará, Bahia, Amazonas, Goiás, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Maranhão, São Paulo, Distrito Federal e Mato Grosso. De acordo com o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, a divulgação dos dados não encerra o trabalho investigativo e todas as informações serão documentadas e enviadas aos órgãos competentes para garantir transparência e legalidade da operação. O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, afirmou que os confrontos ocorreram em áreas de mata, afastadas das residências, o que teria sido uma estratégia para proteger a população. “Empurramos os criminosos para o alto do morro, fora da área habitada. Foi lá onde se deram os maiores embates”, disse.
A operação, que teve como objetivo conter o avanço territorial do Comando Vermelho, resultou em 121 mortos, sendo 117 suspeitos, nove apontados como chefes da facção, e quatro policiais. Ao todo, 113 suspeitos foram presos e 118 armas, além de munições, explosivos, drogas e equipamentos militares, foram apreendidos. No domingo (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo do Rio preserve e documente todas as provas relacionadas à ação. A decisão atende a um pedido da Defensoria Pública do Estado, que quer garantir a análise da operação pelo Ministério Público diante do alto número de mortos.






