Os servidores da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (FUNDASE/RN) iniciaram, nesta quarta-feira (13), uma paralisação de três dias em todo o estado. A mobilização, aprovada em assembleia pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (SINAI/RN), segue até sexta-feira (15), quando uma nova reunião será realizada com indicativo de greve.
O movimento reúne trabalhadores de diversas categorias da instituição, que denunciam o descaso do Governo do Estado, a sobrecarga de trabalho e as condições precárias das unidades socioeducativas. Imagens divulgadas do CASE Mossoró expõem a realidade degradante enfrentada por servidores e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.
Entre os problemas relatados estão estruturas deterioradas, falta de equipamentos e materiais de trabalho, ausência de equipe de limpeza há meses, alimentação de péssima qualidade e casos recorrentes de assédio moral. Servidores plantonistas e aqueles com jornadas exaustivas de nove horas ou mais enfrentam dificuldades ainda maiores devido à localização remota dos centros, que impossibilita até mesmo o deslocamento para almoçar em casa.
A categoria lembra que, se os trabalhadores vivem essa situação, os adolescentes que cumprem medida socioeducativa enfrentam o mesmo cenário, em um contexto que compromete a dignidade e os princípios da socioeducação.
Entre as principais reivindicações estão: jornada de seis horas corridas para analistas e técnicos; plantão de 24 horas para agentes socioeducativos; auxílio fardamento, auxílio alimentação e adicional de periculosidade para todos; e o fim do assédio moral e da perseguição a trabalhadores.
Os servidores cobram abertura imediata de diálogo com o Governo do Estado e a direção da FUNDASE, alertando que, caso as demandas não sejam atendidas, a paralisação pode evoluir para greve geral.