Uma nova biografia lançada nesta semana traz declarações do papa Leão XIV sobre temas centrais da Igreja Católica. O pontífice afirmou que não pretende ordenar mulheres, embora esteja disposto a ouvir opiniões diferentes sobre o assunto. Ele também reiterou a posição tradicional da Igreja contra a homossexualidade, mas destacou que deseja acolher “todos, todos, todos”, incluindo católicos LGBT.
“O casamento é para um homem e uma mulher”, afirmou o papa, ao definir família como “pai, mãe e filhos”.
O livro “Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI” foi publicado em espanhol e deve ganhar versão em inglês no próximo ano. A obra reúne reflexões do líder católico desde sua eleição, em maio, com base em três horas de entrevistas concedidas à autora, a jornalista norte-americana Elise Ann Allen, correspondente do Vaticano pelo veículo Crux.
Leão XIV, que completou 70 anos no último domingo, busca reduzir divisões em uma Igreja que reúne 1,4 bilhão de fiéis. A biografia apresenta um perfil discreto do papa, desde sua infância em Chicago, nos Estados Unidos, passando pela atuação como missionário e bispo no Peru, até sua investidura em Roma.
“Estou tentando não polarizar ou promover a polarização na Igreja”, declarou. Segundo ele, sua missão é ser pastor e confirmar os fiéis na fé: “Esse é o papel mais fundamental que o sucessor de Pedro tem”.
O pontífice reafirmou ainda que não pretende alterar a doutrina sobre o diaconato nem sobre a ordenação de mulheres, mas destacou que seguirá promovendo mulheres a cargos de liderança, como já fazia o papa Francisco. Sobre os homossexuais, enfatizou que devem ser acolhidos pela Igreja como filhos de Deus, embora considere “altamente improvável” qualquer mudança na doutrina sobre sexualidade e casamento.