Apenas 8,5% dos estudantes da 3ª série do ensino médio no Rio Grande do Norte apresentam aprendizagem adequada em português e matemática, segundo dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica, divulgado nesta quinta-feira (25) pela ONG Todos Pela Educação. O levantamento considerou informações de 2023. As informações são do G1.
O percentual é de 6,4% entre alunos da rede pública e de 21,2% na rede privada. Apesar do baixo desempenho, o estado tem o segundo melhor resultado do Nordeste, empatado com Pernambuco e próximo do Ceará (8,6%). A situação nacional também é preocupante, com apenas 7,7% dos concluintes do ensino médio apresentando aprendizagem adequada.
Atraso escolar e desafios nos anos iniciais
O estudo revela ainda que 34% dos estudantes do ensino médio no RN têm dois anos ou mais de atraso na trajetória escolar, número muito acima da média nacional (17,8%) e da média do Nordeste (22,2%).
No ensino fundamental, apenas 12,5% dos alunos do 9º ano têm aprendizagem adequada em português e matemática. Entre os anos iniciais, somente 38% das crianças da 2ª série estão alfabetizadas em língua portuguesa, o segundo pior índice do país, atrás apenas da Bahia (36%).
Infraestrutura escolar
Em 2024, o estado contava com 783.190 alunos matriculados em 3.414 escolas públicas e privadas, atendidos por 35.687 professores. A distribuição de estudantes por rede de ensino é: municipal (49,92%), estadual (25,12%), privada (22,48%) e federal (2,47%).
A maioria das escolas possui infraestrutura básica, como banheiros (99,8%), água potável (98,6%) e energia elétrica (98,5%), mas apenas 39,8% têm acesso à rede pública de esgoto, e 56% possuem salas climatizadas. Entre as escolas de anos finais do ensino fundamental, apenas 39,9% têm laboratório de informática, 22,6% laboratório de ciências e 46,5% quadras de esportes.
Contexto nacional
No Brasil, apenas 20% das escolas públicas de anos finais do ensino fundamental dispõem de laboratório de ciências, enquanto no ensino médio esse índice é de 46,9%. Especialistas afirmam que a falta de investimentos em infraestrutura e atividades práticas compromete o aprendizado dos alunos em ciências, diminui o interesse pelas disciplinas e reduz as chances de ingressarem em carreiras ligadas à área científica.
O levantamento evidencia a necessidade de políticas públicas que ampliem a aprendizagem básica e melhorem a estrutura das escolas, visando preparar os estudantes para os desafios acadêmicos e profissionais futuros.