O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) contratou a empresa Konpax Construções, ligada a um investigado por corrupção, para erguer uma muralha de segurança ao redor da Penitenciária Federal de Mossoró, onde dois detentos fugiram em fevereiro de 2024. A obra está orçada em cerca de R$ 30 milhões.
Conforme denúncia, a empresa estaria sob suspeita por irregularidades financeiras e investigações contra seu controlador. Mesmo assim, foi selecionada no processo de licitação. A contratação reacende questionamentos sobre critérios de transparência e due-diligence em contratos públicos de alta sensibilidade.
A fuga dos presos expôs falhas graves na estrutura da penitenciária, que permitiram a abertura de um buraco na parede da cela, acesso ao teto e escape por uma área externa. Na época, autoridades afirmaram que a saída foi facilitada por equipamentos e ferramentas deixadas durante uma reforma.
O governo defendeu a contratação afirmando que seguiu normas legais e que não havia conhecimento prévio sobre as investigações contra a empreiteira. A administração argumenta que a muralha é essencial para evitar novas fugas do sistema federal.
A escolha da Konpax provocou reação de parlamentares. Um deputado federal chegou a pedir que a Procuradoria‑Geral da República (PGR) e o Tribunal de Contas da União (TCU) investiguem a contratação, considerada por ele como um possível favorecimento a empresa com histórico duvidoso.
