O Esporte, a Educação Física, a prática de exercícios físicos, estão todos interligados na figura do profissional e de seus praticantes, estão conectados de uma maneira que transpõe as modalidades envolvidas.
Justo no dia 1º de setembro, dia do Profissional de Educação Física, início uma nova etapa dentro deste mundo que encanta e muito colabora na formação e saúde das pessoas.
Primeiramente, agradeço a confiança em poder mostrar um lado técnico profissional que buscará se diferenciar um pouco dos já conhecidos pontos de vista, que tende a enfatizar o futebol como referência esportiva. O objetivo não é desconsiderar o futebol, mas garantir a expressão das inúmeras diversidades esportivas que possuímos em nossa cidade e estado.
Quero referenciar novas visões, mundos e realidades dentro esporte. Vivenciar a cada coluna benefícios muitas vezes citados e outros por hora esquecidos. Quero avivar a sensação única daqueles que praticam, amam e vivenciam a sua modalidade favorita em todos os sentidos, influenciando suas vidas. Espero valorizar aqueles que incentivam, apoiam e realizam eventos esportivos pra que estes sejam sempre enaltecidos e que continuem a fomentar o esporte.
Enfim, o propósito da coluna será está mais próximo dos eventos e práticas esportivas, trazendo informações com o intuito de manter os leitores bem informados e atualizados nesse vasto universo de saúde, diversão e prazer que a atividade física pode proporcionar.
Primeiro de Setembro – Dia do Profissional de Educação Física. Uma data para ser celebrada
Há 19 anos nossa profissão era regulamentada pela lei 9696/98. Diz o seu artigo primeiro:
O exercício das atividades de Educação Física e a designação de Profissional de Educação Física é prerrogativa dos profissionais regularmente registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física. Pronto, a partir de então somente aqueles com registro profissional poderiam atuar na área. Fácil entender, mas não foi o que aconteceu.
Com a criação do Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Educação Física, um verdadeiro desafio foi lançado nas mãos daqueles desbravadores de uma Profissão regulamentada.
Ninguém sabia que seria tão difícil organizar uma profissão. Mas o sonho de fazer da Educação Física uma profissão respeitada por toda sociedade brasileira, não foi deixado de lado um momento sequer.
E assim deu-se início a criação dos primeiros conselhos regionais, que com o crescimento de cada estado foram desmembrando-se, passando a caminhar com suas “próprias pernas”. Foi o que aconteceu conosco. Em 09 de setembro de 2015 a Resolução CONFEF no 284/2015, criou e instalou o Conselho Regional de Educação Física da 16a Região com área de abrangência no estado do Rio Grande do Norte. Um grupo de 28 Profissionais de Educação Física homologado pelo CONFEF, tomou posse no dia 12 de setembro daquele ano e tornaram-se os primeiros Conselheiros do CREF16/RN. Um sonho, uma conquista, muitos desafios.
Com a função precípua de fiscalizar o exercício profissional, passamos a perseguir também a missão do Sistema CONFEF/CREFs: Garantir à sociedade que o direito constitucional de ser atendida na área de atividades físicas e esportivas seja exercido por Profissionais de Educação Física. Fomos criados para defender a sociedade.
Há quase dois anos estamos trabalhando para prestar um bom serviço aos nossos profissionais, aos empresários e também aos acadêmicos.
Temos um excelente relacionamento com as Instituições de Ensino Superior de todo o estado. Realizamos palestras para os estudantes informando-os a importância de uma profissão regulamentada, quais os seus passos após a graduação, o compromisso com a profissão e o respeito a sociedade beneficiária dos seus serviços. Outro fruto desta parceria é a presença do CREF16/RN nas solenidades de formatura, onde realizamos a entrega da Cédula de Identidade Profissional.
Temos uma equipe de trabalho, pequena, porém eficiente. Realizamos um concurso público como exige a lei e estamos prestes a convocar mais 5 funcionários. Adquirimos mais um veículo com recursos próprios para ampliar o setor de orientação e fiscalização;
Precisamos unir esforços para que o CREF16/RN possa cada vez mais atender e atender bem aqueles que nos procuram.
Temos inúmeros desafios. A começar pela escola. Nós professores de escolas temos que ensinar Educação Física aos nossos alunos e fazê-los entender que esta deve ser para a vida toda com acontece com as outras disciplinas. Temos a responsabilidade de fazer com que a sociedade entenda a importância da atividade física na vida de cada um, como um remédio contra o imobilismo da vida moderna. Mas é imprescindível que a sociedade entenda também que a atividade física ou esportiva só deve ser ministrada, dinamizada, orientada pelo Profissional de Educação Física. Desde a idade escolar até o fim da vida. Mas é bom termos cuidados. Pois o exercício quando orientado de forma errada por alguém sem a devida competência, é como um medicamento prescrito por um leigo. Pode trazer mais riscos que benefícios. Além de ser crime. E o Conselho deve estar atendo a tudo isso.
Estamos crescendo é certo. Mas ao mesmo tempo, temos inúmeros desafios.
Conquistamos a obrigatoriedade da Educação Física no ensino médio que queriam retirar por medida provisória. Com uma população com aproximadamente 50% de pessoas com sobrepeso ou com obesidade, seria um absurdo que nossa juventude perdesse o direito a Educação Física.
Estamos lutando contra anteprojeto de lei tramitando nas comissões do congresso em Brasília, que altera a lei Pelé e quer que o ex-atleta possa tornar-se professor daquele esporte. Não podemos permitir. A época do empirismo passou. Nossa profissão hoje é ciência pura. E seu Relator é o Deputado Rogério Marinho, deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Temos que unir forças contra mais esta ameaça a sociedade.
Somos quase 4.800 Profissionais de Educação Física no Rio Grande do Norte, com conhecimento técnico, ético, pedagógico e científico para atender a juventude Potiguar seja em qual for o esporte. Temos muitos ex-atletas que fizeram suas graduações em Educação Física e na faculdade entenderam que só o fato de ter praticado um esporte não foi suficiente para ensinar.
Pela nossa constante vigilância, nenhum concurso público é realizado no estado, sem exigência da graduação e consequentemente o registo no CREF. Este é mais um serviço que prestamos a sociedade.
Outra ameaça: Há um projeto de lei, No 4667/2016, que: “Determina que todos os estabelecimentos para prática de exercícios físicos possuam posto médico com materiais e profissionais habilitados para procedimento de ressuscitação Cárdio Pulmonar e intervenções de urgências”. Não podemos permitir tamanho absurdo. Foram realizadas audiências públicas e o Sistema CONFEF/CREFs foi radicalmente contra este projeto.
Somos eternos vigilantes. É assim que estamos trabalhando.
Novos desafios virão. Estaremos prontos para enfrenta-los, defendendo sempre a sociedade e o Profissional de Educação Física. Nosso trabalho é constante. Estamos organizando uma Jornada de Atividades no CREF16 que terá início no mês de outubro. Queremos realizar eventos que atendam aos anseios de nossos colegas Profissionais e Acadêmicos.
Vamos visitar todo o estado, através das cidades polos, realizando encontros, cursos e palestras, tirando dúvidas, entregando Cédulas de Identidade, esclarecendo à sociedade a importância da Atividade Física orientada por Profissionais de Educação Física através de entrevistas em rádios, jornais, TVs, Blogs, sites etc,).
Não sei se estamos certos e por isso estamos abertos a sugestões para melhorar nossos serviços.
Nosso dever é defender a qualidade e a segurança dos nossos serviços prestados à sociedade. Atividade Física melhora a saúde e o bem-estar das pessoas, que adoecem menos, que consomem menos medicamentos, que faltam menos ao trabalho, que produzem mais. Mas deve ser sempre ministrada, dinamizada e orientada por Profissionais de Educação Física.
Viva a Educação Física. Viva o Primeiro de Setembro, Viva o Profissional de Educação Física. Vida longa ao CREF16/RN.
Francisco Borges de Araújo – CREF 001001-G/RN