Na coluna de hoje temos um breve histórico sobre o surgimento do Futebol Americano, o FA, na nossa cidade. O fato Relatado por Armando Gomes, radicado na cidade de Mossoró que hoje reside no Canadá graças ao FA.
Trazendo à tona esse relato e vivência percebe-se o potencial em todos os esportes, na cidade de Mossoró. Convicto de nossos talentos esportivos e de nossas qualidades quando estimuladas e devidamente incentivadas, lastimo a falta de iniciativa pública e privada no que diz respeito a investimento nesses esportes tidos como “novos” na cidade. No entanto, o meu maior lamento se refere no estímulo a base, seja essa em nossos lares ou escolas, onde o esporte muitas vezes é tratado como punição por ser “algo que as crianças se interessam”.
O esporte por si só não educa. É necessária a intervenção de profissionais, pessoas que possuem formação e consequentemente não irão proporcionar os desvios de conduta aqueles que o praticam.
Na hora de punir alguma criança ou adolescente, repense e não use o esporte pra isso. Lá ele estará aprendendo a se relacionar com outras pessoas com respeito, aprendendo a colaboração coletiva, enfrentar desafios, superar limites e o principal, valorizar a vitória e aprender com as derrotas.
Espero que com este relato do FA em nossa cidade possamos atrair novos praticantes e admiradores da modalidade e agregando um maior público aos jogos do UFERSA Petroleiros – UP.
Eu mesmo farei o possível pra ir junto a minha família.
Obrigado a Armando Gomes pela atenção e relato exclusivo e diretamente do Canadá. Obrigado também aos leitores que nos dão o privilégio de apreciar nossa coluna de esportes.
Por Armando Gomes:
Ao Conhecer o esporte em janeiro de 96, quando a Band pela primeira vez transmitiu para o Brasil em rede aberta um Super Bowl. No caso o Superbowl 30 entre Dallas Cowboys x Pittsburg Steelers. Dallas ganhou e assim também surgiu um fã da estrela solitária.
Desde pequeno o sonho de representar o Brasil esportivamente internacionalmente era uma realidade. Tanto é que acho o ponto máximo do esporte mundial, os Jogos Olímpicos.
Por conta disso, a prática do Futebol, Futsal, Voleibol, Handebol, Atletismo foi uma realidade em vida. Sempre com um desempenho esportivo muito bom, nunca gostei da parte de dieta e preparação física necessária para o esporte de alto rendimento, então focar no lado de ser treinador foi o mais adequado pra contribuir diretamente com o esporte. Repassar esses conhecimentos para outros e atingir o meu objetivo como treinador de algum atleta ou equipe passou a ser o objetivo.
Em 2003 as transmissões do futebol americano começaram a expandir no Brasil nas TV por assinatura. Sempre 2 jogos semanais. Comecei a acompanhar mais de perto e aprender mais.
2004 entrei na faculdade de educação física, com foco no futebol americano. Só q no ano de 2007 em uma viagem, descobri q tinha futebol americano no brasil e no NE. Conheci a equipe do dragões do mar de Fortaleza (hoje Ceará Caçadores) que me incentivaram a montar uma equipe.
Concebendo essa ideia na cabeça e em janeiro de 2008 foi iniciado os primeiros treinos. Lógico que sem imaginar a proporção q esse esporte tomaria na minha vida e na nossa região.
Hoje, quase 10 anos depois, refletindo o que se passou pra chegar, como treinador e proprietário do time, onde estou vi o quanto foi duro e sofrido. Foi Investido muito tempo e dinheiro nisso. Perder amigos, reuniões familiares, perder dinheiro era uma realidade. Porém, do outro lado, ao ver um Nogueirão cheio, o time brigando nas cabeças num campeonato a nível nacional, vejo que todo esforço foi válido.
Desde 2015, quando houve a primeira participação do Brasil em uma copa do Mundo de Futebol Americano, percebo que o caminho para realizar o sonho era o futebol americano mesmo.
Em 2016, comecei a caminhada para atingir a comissão técnica do Brasil na copa de 2019 e quem sabe viver apenas do FA.
Ano passado passei 15 dias no Spring Practice da Universidade de Georgetown em Washington, DC. Aprendi muita coisa. Voltei ao Brasil e pus em pratica no Petroleiros. Com isso fui reconhecido e agora faço parte da comissão técnica da seleção sub 19 do Brasil, mas eu quero mais. Quero ser da principal e como disse, quem sabe viver de ser treinador de FA.
Desde o final de 2016 venho galgando espaço em algum programa de FA fora do brasil,
e assim consegui.
Fui aceito para ser treinador assistente no programa de futebol Prep School da High School Royal Imperial Collegiates of Canada – RICC O programa se chama Prep School porque a intenção é preparar atletas para receberem bolsas de estudos na Universidades do canada e dos USA
Aqui estou trabalhando como assistente de Ataque. Trabalhado com os Receivers. E também trabalho com os times especiais, atuo em todas as situações em que se chuta a bola para mim, esse é um grande passo. Hoje apenas 4 treinadores brasileiros têm essa experiência internacional.
E ficarei muito feliz se um dos meus atletas receberem bolsas pra universidades de Primeira divisão nos Estados Unidos.
Ao conseguir isso, tenho ajudado os atletas e junto terei feito o nome e currículo.
Sobre o Petroleiros, caminhamos para o quinto ano na primeira divisão nacional, sendo que das últimas 3 temporadas, em 2 ganhamos de todos os outros times do RN. O que nos qualifica como melhor do estado. Isso sempre é status passageiro, todo ano varia.
Mas queremos usar esse marketing para atrair mais investidores já que temos um excelente material humano na região.
Mas por falta de recursos pra compra de equipamentos, acabamos perdendo alguns atletas que poderiam estar nos ajudando a cada dia sermos maiores.
Franklin Soares