A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (21) ter sido surpreendida com o indiciamento de seu cliente pela Polícia Federal (PF). O ex-presidente é acusado dos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
De acordo com a investigação, Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado junto ao governo dos Estados Unidos para tentar submeter o funcionamento da Suprema Corte brasileira à avaliação de outro Estado estrangeiro.
Em nota, os advogados do ex-presidente disseram que vão se manifestar dentro do prazo estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e negaram qualquer descumprimento de medidas cautelares.
“Os elementos apontados na decisão serão devidamente esclarecidos dentro do prazo assinado pelo ministro relator, observando-se, desde logo, que jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta”, disse a defesa.
Áudios e mensagens apreendidos
O indiciamento foi anunciado pela PF na noite da quarta-feira (20), após a divulgação de mensagens e áudios de Bolsonaro encontrados no celular do próprio ex-presidente. As conversas, com o pastor Silas Malafaia e o deputado Eduardo Bolsonaro, indicam que o ex-presidente teria condicionado a aprovação de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro a uma negociação com os Estados Unidos.
Segundo as mensagens, Bolsonaro buscava apoio para que o governo norte-americano retirasse tarifas aplicadas contra produtos brasileiros, usando isso como moeda de troca.