Um episódio de indignação e dor marcou o sepultamento de José Gabriel Batista, de 82 anos, no distrito de Queimados, em João Câmara, na região Agreste do Rio Grande do Norte. Familiares do agricultor aposentado foram surpreendidos ao chegarem ao cemitério público na manhã de quarta-feira (30) e encontrarem a cova inacabada. Diante da situação, eles mesmos tiveram que concluir a escavação para enterrar o patriarca. A cena foi registrada em vídeo e repercutiu nas redes sociais durante o fim de semana.
José Gabriel faleceu na terça-feira (29), em casa, onde vivia com a esposa na zona rural do município. A família informou aos funcionários do cemitério sobre o sepultamento ainda na tarde do mesmo dia, e foi assegurada de que tudo estaria pronto na manhã seguinte.
No entanto, ao chegarem ao local com o corpo do idoso, foram informados pelo coveiro que não conseguiu concluir o trabalho devido à dureza do barro e à suposta falta de ferramentas adequadas. O filho da vítima, Clodoaldo de Almeida Batista, também agricultor, decidiu então concluir ele mesmo a escavação.
“Não pensei muito na hora. Só entrei no buraco e terminei de cavar a cova. Fizemos o sepultamento do meu pai, mas muito indignados com o acontecido. O que eu passei no sepultamento do meu pai, não quero que nenhum outro filho, nenhuma outra família passe”, desabafou Clodoaldo.
Ele também classificou a situação como “constrangedora”. “É constrangedor você chegar no cemitério para fazer o sepultamento de um ente querido e ainda ter que concluir a cavação da cova onde vai ser enterrado.”
Diante da repercussão do caso, a Prefeitura de João Câmara divulgou nota em que afirma que a alegação de falta de materiais feita pelo servidor não procede. A gestão municipal informou ainda que o funcionário foi afastado e que será instaurado um procedimento administrativo para apurar o ocorrido.
