O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo. Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (4), Flávio classificou a medida como “mais um capítulo triste na história do Brasil” e afirmou que o país vive “oficialmente uma ditadura”.
“É óbvio que eu recebo essa notícia com muita indignação. É mais um capítulo triste na história do Brasil em que nós agora estamos oficialmente numa ditadura, onde uma única pessoa sozinha decreta a prisão de um ex-presidente da República, uma pessoa honesta, uma pessoa correta”, declarou o senador.
Flávio Bolsonaro acusou Alexandre de Moraes de atuar com motivação política e pessoal contra Jair Bolsonaro. Segundo ele, a prisão tem caráter de “vingança” por parte do ministro, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.
“Era tudo que Alexandre de Moraes queria: se vingar do presidente Bolsonaro. Não bastou apenas ele desequilibrar o processo eleitoral atuando como presidente do TSE, agora está concretizando mais um desejo pessoal. É uma clara demonstração de vingança pelas sanções que ele sofreu pela Lei Magnitsky”, afirmou, em referência às sanções impostas ao ministro nos Estados Unidos, defendidas por aliados de Bolsonaro.
O senador também sugeriu que a decisão de Moraes teria sido uma reação às manifestações pró-Bolsonaro realizadas no domingo (3), que reuniram apoiadores em várias cidades do país. “A resposta de carinho, de confiança no Bolsonaro, dada por mais de um milhão de pessoas nas ruas, incomodou Alexandre de Moraes”, disse.
Durante a entrevista, Flávio também questionou a imparcialidade de Moraes para julgar os processos envolvendo o ex-presidente e seu entorno. “Como é que uma pessoa como Alexandre de Moraes não se declara suspeita para julgar um processo como esse? Ele acusa o deputado Eduardo Bolsonaro de buscar sanções contra ele e, mesmo assim, está sentado conduzindo o processo. Isso fere diretamente a Lei do Impeachment”, afirmou.
Ao longo da declaração, o senador acusou o ministro de “superpoderes” e de atuar de forma autoritária, sem a devida provocação do Ministério Público, ao instaurar procedimentos por iniciativa própria. Ele também sugeriu que o caso seja levado a instâncias internacionais, como já fez o deputado Eduardo Bolsonaro.
Por fim, Flávio defendeu o pai, afirmando que o ex-presidente nunca se negou a cumprir decisões judiciais e que tem comparecido a todos os processos. “É uma covardia o que ele faz com um ex-presidente da República. Bolsonaro jamais poderia estar sendo julgado por Moraes, que é claramente um inimigo público dele”, concluiu.
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