Nos últimos meses, tem crescido em todo o Brasil o número de golpes praticados por criminosos que se passam por advogados. Usando dados reais de profissionais e processos em andamento, eles aplicam fraudes financeiras, extorsões e até obtêm informações sigilosas de clientes desprevenidos.
O advogado Jeoás Santos, que já teve seu nome e registro na OAB usados em falsos perfis, alerta para a gravidade da situação. “Já tive meu nome, número de inscrição na OAB e dados de meus processos usados por golpistas em inúmeras ocasiões. Eles criam perfis falsos em redes sociais, WhatsApp e e-mails, abordando vítimas com promessas de ganhos rápidos em processos ainda sem decisão judicial. Informam falsas sentenças e prometem valores mediante o pagamento de taxas. É essencial que advogados e clientes adotem medidas preventivas”, disse.
Segundo ele, os golpes mais comuns envolvem falsificação de documentos, uso indevido de registros da OAB, contatos em redes sociais e mensagens que criam prazos fictícios para pressionar vítimas a fazer transferências via Pix ou boleto.
Para evitar cair nesse tipo de fraude, a recomendação é que clientes confirmem sempre a identidade do advogado por canais oficiais e jamais façam pagamentos sem contrato formal. Também é fundamental conferir quem é o destinatário da transferência e nunca compartilhar documentos sem verificar a procedência.
Os advogados que têm seus nomes utilizados indevidamente também precisam reforçar medidas de proteção, como monitorar regularmente seu nome e número da OAB em buscas online, deixar claros os canais oficiais de atendimento e comunicar imediatamente casos suspeitos à polícia e à Ordem dos Advogados do Brasil.
O crime de falsidade ideológica e estelionato pode levar os golpistas a até oito anos de prisão, além de indenizações por danos materiais e morais. “Além dos prejuízos financeiros, esses golpes mancham a imagem da advocacia e abalam a confiança da população. Não podemos facilitar a ação desses criminosos”, reforça Jeoás.
A ação tem repercussão nacional e já está sendo monitorada pela Polícia Federal em conjunto com o Conselho Federal da OAB. “Como tenho atuação em vários estados, já fui alvo em diversas ocasiões, mas a prevenção, a informação rápida nas redes sociais e a comunicação direta com os clientes têm sido eficientes contra os golpes”, completou o advogado.
