O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, fez uma publicação em português na rede social X nesta terça-feira (26), chamando o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “antissemita declarado e apoiador do Hamas”, se referindo a saída do Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), no final do mês de julho.
“Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA — o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel — colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz.
O ministro ainda associou Lula ao supremo líder do Irã, Ali Khamenei, colocando no post uma imagem gerada por inteligência artificial, onde o brasileiro aparece como um fantoche controlado por Khamenei.
Saída da Aliança
No início do mês, a organização pró-Israel StandWithUs condenou as justificativas apresentadas pelo assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, para a saída do Brasil da IHRA.
A organização afirma que a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, criada na década de 1990 e à qual o Brasil aderiu em 2021, tem como foco primordial combater o antissemitismo e promover a educação sobre o Holocausto em todo o mundo.
Em entrevista ao programa Roda Viva, Amorim disse que o Brasil estava se sentindo “manipulado” pela definição de antissemitismo e afirmou que havia pressões dentro da Aliança. Segundo o embaixador, “qualquer defesa da Palestina” era enquadrada como antissemitismo.
O assessor do presidente Lula reforçou durante a entrevista que o Brasil não nega o Holocausto, e relembrou que o presidente brasileiro já visitou o Museu do Holocausto em Israel 2010. Enquanto ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Amorim também visitou Israel diversas vezes.
O embaixador argumenta, no entanto, que a memória do Holocausto não deve ser usada como justificativa para o que ele descreveu como “genocídio na Palestina”.
CNN Brasil