O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de todos os bens móveis, imóveis, contas bancárias e chave Pix do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão, de caráter sigiloso, foi tomada no sábado (19) e faz parte do inquérito que apura a atuação do parlamentar nos Estados Unidos.
Segundo fontes com acesso ao processo, a medida impede qualquer movimentação financeira por parte de Eduardo, incluindo recebimentos e transferências. Com isso, até o salário recebido pela Câmara dos Deputados ficará retido em sua conta.
A determinação de Moraes tem como base a chamada “asfixia financeira”, estratégia utilizada para interromper a continuidade de práticas ilícitas, segundo consta na justificativa do magistrado.
Em outra decisão proferida também no sábado, Moraes afirmou que o deputado “intensificou a conduta ilícita” após a operação da Polícia Federal realizada na véspera, que teve como alvo o pai do parlamentar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante depoimento à PF, Bolsonaro confirmou ter enviado cerca de R$ 2 milhões para bancar a permanência do filho nos Estados Unidos. A suspeita é de que ambos atuam em conjunto para mobilizar setores políticos e midiáticos internacionais, especialmente ligados ao presidente Donald Trump, com o objetivo de pressionar e desacreditar o sistema judiciário brasileiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia que a atuação da dupla tem como finalidade tumultuar o andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual Jair Bolsonaro figura como principal réu. O julgamento deve ocorrer nos próximos meses.