Nos bastidores a coisa ferve entre os candidatos Cláudia Regina (Democratas) e Allyson Bezerra (Solidariedade). Um vídeo que circula nas redes sociais, em grupos fechados de WhatsApp, mostra Allyson em plena campanha de 2014, quando apoio o prefeito interino Silveira Júnior na eleição suplementar que ocorreu na cidade em virtude da cassação de Cláudia Regina. Passada a fase de dissolução da suposta união entre os que fazem oposição à prefeita Rosalba Ciarlini (PP), agora vem o momento de lavagem de roupa suja, como se diz por aí. Allyson e Cláudia Regina trocam farpas virtuais. E isso indica que a aliança antes tida como possibilidade, de verdade, sequer existiu. Nem no mundo de faz-de-conta.
E tem esse poder?
A candidata petista Isolda Dantas, que sonha com a giroflex do Palácio da Resistência amparada pela suposta boa gestão de Fátima Bezerra no Governo do Estado, chegou a enviar para a imprensa release prometendo o que, de verdade, não é da competência da Prefeitura de Mossoró: ela afirmou que, se eleita, irá abrir postos policiais nos bairros. Isso é competência do Governo do Estado. Embora tenha dito que buscará parceria para tal, e tenha citado o governo estadual, como é que se manterá os postos abertos? Fátima vai custear? A Prefeitura arcará com tal medida? De onde sairá a verba?
Começa a esquentar
A campanha em Mossoró iniciou tímida. Sem as grandes movimentações de antes, sem as descidas tradicionais da Avenida Presidente Dutra, sem os grandes comícios. Tudo o que acontece de destaque está nas redes sociais. Quem melhor surfar, obviamente, pegará a melhor onda. E, na busca da onda perfeita, os candidatos estão se preparando para o que tende a ser o diferencial: a propaganda eleitoral gratuita. Sim, porque o material que será utilizado em rádio e TV, obviamente, deverá ser editado para, também, abastecer as redes sociais. E isso fará a diferença. E já se vê, aqui, ali e acolá algum atrito entre militantes e de candidato com candidato. Os dias vindouros serão quentes, tal qual a temperatura de Mossoró.
Vai ser interessante
Cláudia Regina tem dito que tem muito a comentar sobre a prefeita Rosalba Ciarlini. E desde já se percebe o que vem por aí: ela quer passar para o eleitor que a sua cassação foi por conta de algum ato, voluntário ou involuntário, que possa ter sido cometido por Rosalba nas eleições de 2012. Cláudia esquece de mencionar, por exemplo, o uso de helicóptero em sua campanha, bem como de várias hilux, além da luxuosa descida da Avenida Presidente Dutra. Tudo isso embasou as ações judiciais eleitorais que culminaram com a cassação dela. E também será interessante o que as duas têm a conversar: Cláudia permanece no partido que negou legenda para que Rosalba fosse para a reeleição em 2014, quando ela era governadora. Será que teve, também, o dedo de Cláudia Regina na história? Sabe-se que do ex-senador José Agripino, teve.
Chapéu de couro
O que se diz e o que se faz. Esse é o dilema de muitos candidatos que querem se sobressair e, como prêmio, objetivar o pódio eleitoral. O simples uso de algum adereço não vai fazer com que determinado político possa se identificar com alguma cultura. Aliás, a identificação vai além, por exemplo, de um chapéu de couro, de boiadeiro, para externar que existe ligação com o trabalhador rural. Foi-se o tempo em que as pessoas se deixavam enganar por meras palavras. A semiótica está tão presente nesta campanha como nunca. E é bom os candidatos ficarem atentos à pretensa vontade de externar raízes que já foram cortadas há muito tempo. Qualquer tentativa nesse sentido fica muito artificial e todos percebem.
Debate
Os candidatos á Prefeitura de Mossoró vão se encontrar em debate a ser realizado pela TCM – TV a Cabo Mossoró. Será no dia 22 deste mês de outubro, uma quinta-feira. A prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas) deverá ser “metralhada” de lado a lado. Nesse sentido, estarão do mesmo lado Isolda Dantas (PT), Cláudia Regina (Democratas), Allyson Bezerra (Solidariedade), Ronaldo Garcia (PSOL) e Irmã Ceição (PTB). Do outro, contra todos, a prefeita Rosalba Ciarlini. Se haverá acordo entre eles para algum questionamento, isso não se sabe. E o que se vislumbra é que deverá ser algo bom de se observar e dará para se ter um parâmetro interessante sobre o que pensam todos os candidatos neste primeiro debate. No dia 5 de novembro será a vez da TV Cidade Oeste.
E Fátima…
É sabido que uma eleição pavimenta outra. A depender sobre como será a participação, nas urnas, da deputada estadual Isolda Dantas (PT), a governadora Fátima Bezerra (PT) terá um norte a seguir em Mossoró. É que até agora não se tem nada que marque a presença do Governo petista em Mossoró. Para não passar em brancas nuvens, Fátima quer discutir, via Assembleia Legislativa, a questão da autonomia financeira da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). E mesmo assim somente depois de deixar a Instituição, no popular, comendo o “pão que o diabo amassou”. Fátima sabe que precisa que Isolda Dantas tenha boa performance nas urnas. É uma necessidade. Caso contrário, tudo o que ela pensa estar coerente, em termos de política, precisa ser reformulado.
De discurso
Quem acompanha as movimentações dos candidatos nas redes sociais, coordenadas por suas respectivas assessorias, já percebeu que existe uma orquestração para desconstruir, até com ofensas pessoais, o trabalho que vem sendo feito pela prefeita Rosalba Ciarlini. E isso abre um precedente interessante e externa o quão complicado e contraditório é o ser humano. Percebe-se, em discursos de uns e outros, que a palavra que mais é dita gira em torno de ética. Mas a prática se mostra totalmente aética. É como se alguns candidatos quisessem passar a imagem de bonzinhos para o eleitor, mas que, na verdade, de anjinho não teria nada. Certamente que o que é dito contra uns e o outros tem alguma orientação. Nesse caso, responsabiliza-se quem? Moralmente, o candidato que orienta seu assessor ou militante deve responder moralmente. Mas eticamente, juridicamente, é o agressor.
Coordenação
Nos bastidores da política mossoroense rola a notícia de que a candidatura do deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade) está sendo coordenada, também, pelo jornalista Carlos Santos. O jornalista só não teria assumido publicamente que tem esse vinculo com o candidato para poder analisar, via blog, os fatos políticos da campanha eleitoral. Quem também faria parte da coordenação seria o diretor-geral da Rádio Difusora, o professor e advogado Paulo Afonso Linhares.
Um mês
Nesta quinta-feira faltará exatamente um mês para o dia das eleições. O clima, nos bastidores de todas as coligações, é intenso. Estratégias, orientações, material publicitário, tudo isso vem sendo apresentado e deve se ter intensificação nos próximos dias. Embora seja uma eleição com tempo reduzido em virtude da pandemia provocada pela Covi-19, tudo o que está acontecendo ou no que está por vir, segue o curso normal de uma campanha eleitoral. Ainda tem tempo para muita coisa. E certamente muito ainda vai ser apresentado aos eleitores.