A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte divulgou dados alarmantes sobre a fila de espera por cirurgias eletivas no estado. Segundo a Sesap, o número de pessoas aguardando procedimentos cirúrgicos chega a 27.492 em todo o estado.
De acordo com o Ministério da Saúde, está prevista a realização de 6.676 cirurgias dentro da fase atual do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF). Para essa etapa, foi destinado um repasse total de R$ 10 milhões, sendo metade para o estado e metade para os municípios.
No entanto, a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems RN), Maria Eliza Garcia, avalia que esse número não é suficiente para reduzir drasticamente a fila. Segundo ela, o repasse do programa federal permitirá realizar apenas cerca de 6% das cirurgias eletivas necessárias.
Lyane Ramalho, titular da Sesap, reconheceu que o número de cirurgias previstas para essa fase é menor do que o necessário, mas afirmou que o teto do programa do governo federal está aberto para a continuidade do atendimento da demanda, caso essa fase seja cumprida.
No ano passado, o plano estadual realizou cerca de 20 mil cirurgias eletivas, com foco em especialidades como urologia, vascular, ortopedia e ostomia. Para a primeira fase do programa federal, a Sesap investirá R$ 5 milhões, sendo que R$ 1,7 milhão já foi recebido.
Lyane Ramalho destacou a importância da organização em parceria com serviços municipais e filantrópicos para distribuir as cirurgias de forma regionalizada. Ela ressaltou que quanto mais rápido forem realizados os procedimentos, mais rápido novos recursos serão disponibilizados.
No entanto, Maria Eliza, presidente do Cosems, considera as cirurgias eletivas como um “grande gargalo” do Sistema Único de Saúde (SUS) no momento. Ela alertou que o valor de R$ 10 milhões recebido atenderá apenas 6% das cirurgias de média complexidade, sendo que mais de 27 mil pessoas aguardam esses procedimentos no estado. Além disso, Maria Eliza ressaltou a necessidade de resolver a demanda de cirurgias de alta complexidade, como as oncológicas, cardíacas e de trauma, para evitar óbitos causados pela demora na realização dos procedimentos.