É tumular o silêncio dos deputados estaduais Isolda Dantas (PT) e Alysson Bezerra (Solidariedade) sobre o voto que deram aprovando o 13º salário, férias e pagamento retroativo aos parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Só com o retroativo, a ALERN vai gastar mais de R$ 4,1 milhões de uma vez em benefícios para os próprios deputados.. Isolda tem sido vista dançando animada em vídeo gravado no gabinete da governadora Fátima Bezerra enquanto Alysson, pego na incoerência após dar seu voto favorável ao reajuste, tenta emendar pior que o soneto anunciando a doação do dinheiro a entidades que não revelou, fato que não deixaria de causar dano ao já frágil erário estadual, para tirar proveito político deste salário extra recém-criado.
O Rio Grande do Norte padece com um atraso salarial acumulado de quase R$ 1 bilhão, não pagou o 13º dos servidores de 2017 e 2018, mas a petista e o jovem deputado fecham a boca quando o assunto é o privilégio para a própria casta. Ambos eleitos sob a âncora do discurso da renovação de práticas políticas e da moralidade. Uma das primeiras ações foi aprovar este benefício absurdo (no 13º deputados estaduais e ex-deputados), ainda que Alysson tenha tentado uma gambiarra que, parece, não colou. Tanto Isolda quanto Alysson – especialmente a petista -, concentram suas baterias contraditórias em Mossoró, na esfera política municipal, como se exercessem mandatos de vereador além das divisas do município onde pregam suas teses e praticam outras.
Apoiadores entusiasmados da atual governadora, Fátima Bezerra (PT), nem Isolda muito menos Alysson se manifestaram sobre a postura de Pilatos do Executivo. Fátima simplesmente lavou as mãos para o aumento dos deputados estaduais e não acenou com nenhuma esperança para os credores da época de Robinson Faria (o Governo é o devedor, não a pessoa física do governante).
Dança e omissão não combinam. Mesmo que a “companheirada” – apoiada por alguns veículos que enxergam defeito somente nos outros -, tente dar um passo (de candomblé ou similar), maior que a própria falta de respeito com o funcionalismo e a sociedade. Enfim, o apoio dos deputados Alysson Bezerra e Isolda Dantas ao projeto de criação desse extra para deputados estaduais é decepcionante. Absurdo. Restou a Sandro Pimentel (PSOL) ter o gesto de dignidade que faltou aos deputados mossoroenses e se posicionar contra. Infelizmente e muito provável que os deputados estaduais recebam seu recém-criado 13º salário de 2019 antes dos mais de 100.000 funcionários públicos que não receberam o decimo de 2017 e 2018, inacreditável.